Um aparte sobre o universo MMfiction

Eu comeria chocolate todos os dias e não enjoaria. Se ele não engordasse tanto com certeza.
É um pouco assim sobre o universo dos ebooks gays deste blog. Sim, eles tem uma espécie de fórmula. Carol Lynne jamais escreveria 200 livros por semana se ela não fizesse isso via uma forminha. (Apesar que eu ainda acho que ela tem um exército de escravos escrevendo pra ela, é impossível tantas séries ao mesmo tempo).

A pergunta é E DAÍ? Eu não leio mmfiction atrás de novas obras primas da literatura. Leio porque é divertido. Por anos a fio eu li literatura de banca. A diferença é que agora os dois mocinhos tem pintos. E usam eles (genteee, como usam!). É literatura pra divertir. E cumpre o prometido. E muitas vezes tem momentos de grande beleza. Fora quebrar tabus ridículos que não deviam mais existir em pleno século XXI.

Carol escreve muito PWP (porn with plot = porno com enredo), mas escreveu a história de Brier e falou sobre superação de deficiências mentais e sobre amor sem barreiras. Lynn Hagen escreve PWP(mas em outra versão = Plot, what plot? = enredo, que enredo?), mas Brac Pack fala de amor acima das idiossincrasias e dos defeitos de todos nós. Seus personagens sempre estão quebrados, doentes, machucados, mas dignos de afeto.

Cameron Dane escreve fantasia com incrível qualidade e não acho que mereça ser considerado mero erótico. JL Langley é muito melhor que a maioria dos livros "literários" que li. Não acredito em limites na literatura. O limite sou eu. É o leitor que determina o que quer ou não ler. Não gosto de Crepúsculo, mas tem um monte de gente que gosta e não sou eu que vou perder meu tempo malhando o livro. Viva a liberdade de ler o que se quer.

Esse blog é uma tentativa de popularizar o gênero. Hoje em dia para comprar um desses ebooks você precisa de um cartão internacional. Porque nosso país ignora a existência de qualquer coisa meramente semelhante. Mulheres comprando livros eróticos? Impossível. Tremenda mentira! MMfiction é a segunda maior venda nos EUA e é feito e consumido em sua maioria por mulheres heterossexuais e jovens gays de ambos os sexos. Harlequim, que publica os romances de banca, lançou uma série de MMfiction nos EUA, imagina o escândalo no Brasil?

Divirta-se e não se apegue a tabus, vale a pena!